Bom, peguei essa notícia agora a pouco no site do JT, infelizmente a matéria não tem fotos. Aceitamos doações!!! Publicamos com os devidos créditos!!! Qualquer coisa eu dou um pulo lá nesse ponto e fotografo…rsrsrs
Gostaria de chamar a atenção para a questão da percepção, que é pessoal! Percebe-se claramente o quanto a questão cultural pega forte na nossa terra, ao mesmo tempo que gosto não se discute.
Texto: GIO MENDES, 26/07/2011.
Enquanto o ônibus não chega ao ponto, passageiros leem poesias para passar o tempo. Mas eles não carregam livros nas mãos. Os textos estão disponíveis em cartazes colados no painel onde fica a relação das linhas de ônibus, no teto do ponto, em uma lixeira e num dos postes de iluminação pública. A intervenção artística pode ser vista em dois pontos de ônibus da Avenida Doutor Arnaldo, na região da Consolação, no centro da capital.
Ninguém sabe exatamente quando os cartazes foram afixados, nem quem são os autores da colagem. Os passageiros que costumam pegar ônibus na região viram as poesias no local pela primeira vez na segunda-feira passada. São oito cartazes que trazem apenas as obras dos poetas Mário Quintana (1906/1994), Paulo Leminski (1944/1989), Manoel de Barros (1916) e Alice Ruiz (1946).
A maioria dos passageiros aprovou a ideia. “Acho interessante porque divulga a cultura para muitas pessoas. E também ajuda a descontrair um pouco, se o dia estiver estressante ou se o ponto de ônibus estiver muito cheio”, afirmou o técnico de laboratório Luís Augusto Leite Mendes, de 33 anos.
O cirurgião dentista Susumu Tabuse, de 63 anos, viu uma das poesias porque parou no ponto para verificar se o coletivo que precisava pegar parava ali. Ele estava no ponto errado, mas gastou alguns minutos para ler uma poesia de Alice Ruiz. “A proposta é boa, pois faz o pessoal ler mais poesia, nem que seja na rua”, disse Tabuse.
O estudante Maurício Nascimento da Silva, de 16 anos, admitiu que teve acesso ao trabalho dos poetas ao conferir os cartazes no ponto de ônibus. “É uma oportunidade para conhecer a obra desses escritores. Quem sabe as pessoas possam ler mais depois (desse tipo de contato)?”, questionou o adolescente.
A ajudante-geral Marta Martins, de 26 anos, faz parte da minoria de pessoas que criticaram os cartazes colados nos pontos. “Isso é uma poluição visual, que não contribui em nada para as pessoas. Olha só que bobagem, nunca ouvi falar dele”, disse Marta, referindo-se a Mário Quintana.
Procurada ontem pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que os cartazes com as poesias não ferem a Lei Cidade Limpa porque não são peças publicitárias.
Fonte Primária: http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/poesias-em-pontos-de-onibus-da-dr-arnaldo/